O município de Mato Verde, no Norte de Minas Gerais, lançou nessa segunda-feira (27) a moeda pública local Verdinha. Para os primeiros meses de circulação, mais de 40 mil cédulas foram impressas, totalizando R$ 180 mil ou V$ 180 mil (Verdinhas). Cada R$ 1 equivale a V$ 1.
As notas disponíveis da Verdinha são de 1, 2, 5, 10 e 20. A princípio, a população poderá realizar as operações de câmbio na Sala Mineira do Empreendedor de Mato Verde.
A iniciativa foi motivada pela necessidade de criar mecanismos para reter a riqueza no município, aumentando as transações comerciais no próprio território, e fomentar o desenvolvimento econômico local.
A Verdinha foi criada por meio de uma lei municipal e age como uma moeda complementar à nacional. A expectativa é que todo o comércio e empreendedores do município aceitem a moeda local e ofereçam benefícios aos consumidores para pagamento em Verdinha.
Cada estabelecimento poderá definir a porcentagem de desconto e outras vantagens para ampliar, cada vez mais, a utilização das cédulas.
Além da adesão do comércio, a Prefeitura Municipal vai utilizar a Verdinha para realizar pagamentos de benefícios sociais, a fim de colocar em circulação a Verdinha sem implicar em novos gastos para o município.
“A nossa moeda vai trazer diversos benefícios econômicos para Mato Verde e gerar um processo de formação cidadã da população, a medida que as pessoas compreenderem o valor de uma moeda local, que promove o município para os próprios moradores”, destaca o prefeito de Mato Verde, Pedro Henrique Horta Freitas.
Escolha do nome
A população de Mato Verde foi envolvida na escolha do nome da moeda. No dia 6 de agosto de 2023, com 67,1% dos votos, o nome “Verdinha” foi escolhido. As imagens que estampam as cédulas foram escolhidas pelo Conselho de Notáveis conforme previsto na lei que instituiu a Moeda Local.
Verdinha é uma alusão ao nome da cidade e à metáfora de papel moeda, devido a existência de papel moeda na cor verde. Ela também pode ser relacionada à ideia de sustentabilidade, uma vez que estimula atividades econômicas locais potencialmente mais sustentáveis.
As imagens das cédulas serão variadas, mas todas vão estampar a Cachoeira de Maria Rosa, símbolo do município de Mato Verde, e o escambo, tipo de transação em que um negócio é fechado sem que haja o envolvimento de dinheiro.
A nota de V$ 1 terá também a figura de escambo. A de V$ 2, o umbu. A cédula de V$ 5 terá a imagem da rapadura. A de V$ 10 mostrará o algodão. E as notas de V$ 20 fazem referência à pecuária de corte e leiteira.
Ubérrima
A cidade mineira de Resplendor, no Vale do Rio Doce, foi a primeira do Brasil a criar uma moeda própria para estimular a economia local. A Ubérrima, como foi apelidada, começou a circular em 16 de abril.
A moeda foi criada por meio de uma lei municipal sancionada em dezembro de 2022. A Ubérrima funciona como uma moeda complementar à nacional e é fiscalizada pelo Conselho Monetário Municipal, Fundo Monetário Municipal e Controladoria Geral do Município.
Segundo a prefeitura, quase 70 mil cédulas foram impressas para os primeiros seis meses de circulação, totalizando R$ 300 mil ou Ub$ 300 mil (Ubérrimas). De acordo com o município, os cidadãos que utilizarem a moeda terão acesso a preços diferenciados, participação em promoções, oportunidades de receber prêmios.