Dá para dizer que os investimentos em Saúde feitos pelo Governo de Minas voam alto. O Estado possui seis aeronaves (dois aviões e quatro helicópteros) em atividade no Suporte Aéreo Avançado de Vida (SAAV), coordenado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que pode ser considerado um Samu com asas (e hélices). É mais uma forma de levar a saúde cada vez mais perto do cidadão, mesmo que seja voando. Minas Gerais é hoje, por meio do SAAV, o maior prestador de serviço aeromédico do SUS (Serviço Único de Saúde) do Brasil.
Em 2023, o Suporte Aéreo atendeu aproximadamente 1.300 pessoas. Até o momento, em 2024, já foram mais de 880 atendimentos. Foram mais de 2.350 horas de voo em 2023, e neste ano já são quase 2 mil horas. O SAAV conta com aeronaves modernas e equipadas para atendimentos complexos de vítimas de acidentes, resgates em áreas remotas, além de apoio logístico em emergências e catástrofes. As aeronaves são como uma UTI aérea, e os profissionais que atuam no SAAV são capacitados para atender a qualquer emergência.
Muito além de atendimentos a acidentes
As atividades e serviços de saúde do SAAV em Minas vão muito além do apoio ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgências). O Suporte Aéreo Avançado de Vida faz atendimentos e presta serviços também para o MG Transplantes, seja no transporte de órgãos, equipes médicas e até pacientes, independente de serem de Minas ou não: o SAAV atende a todo o território nacional. Somente em 2023, foram mais de 20 atendimentos ao MG Transplantes.
Missão leva bebê para transplante em São Paulo
Neste último final de semana uma das aeronaves Caravan da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), operada pelo SAAV (Suporte Aéreo Avançado de Vida) cumpriu mais uma missão: fazer o transporte de uma bebê de cinco meses de Fortaleza até São Paulo. A criança, com diagnóstico de colestase, cirrose hepática e ascite refratária, necessita de um transplante de fígado. Internada há 3 meses no Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, a pequena terá sua avó materna, Juliana Araújo, como doadora, o que foi confirmado pelo exame de compatibilidade. “Se for preciso doo tudo para levar ela para casa”, disse a avó, sem titubear. “Mas o doutor me disse que é só um pedacinho do meu fígado. Agora meu sonho é levar ela para casa e mimar ela muito”, completou a avó com todo o carinho.
O transplante vai ser realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O piloto do SAAV, capitão Ramos, destaca que todos da equipe – pilotos e a equipe médica do SAMU que acompanharam a transferência – se sentem muito gratificados levando o alento àquela pessoa que está com necessidade. “Não importa a distância nós estaremos sempre imbuídos, passando por obstáculos, para atingir a nossa meta, que é ajudar o próximo”.
No fim da viagem a avó e doadora, Juliana Araújo, agradeceu: “Eu estava com medo, nunca tinha andado de avião, mas deu tudo certo. O Brasil precisa de mais gente assim, que ajuda. Que na cirurgia dê tudo certo!”, exclamou a avó, esperançosa.
Maior do Brasil
O Suporte Aéreo Avançado de Vida (SAAV) é um esforço conjunto que envolve a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por meio dos consórcios regionais de saúde. A SES-MG é responsável pela aquisição e custeio das aeronaves, enquanto o Corpo de Bombeiros contribui com pilotos, copilotos, e operadores aerotáticos especializados em salvamento. Essa combinação de esforços garante que as operações sejam conduzidas com máxima eficiência, segurança e qualidade, beneficiando toda a população de Minas Gerais.
Com quatro bases de operação, seis aeronaves em atividade e uma aeronave de prontidão, Minas Gerais é o maior prestador de serviço aeromédico SUS no país. Há uma base de operações em Uberaba, uma em Belo Horizonte (com dois aviões e um helicóptero), Varginha, com um helicóptero, e Montes Claros, que também conta com um helicóptero. Para a escolha dos locais de instalação das bases de operação são levados em conta diversos fatores, como a estrutura do Samu da região, infraestrutura aeroportuária, disponibilidade de portas de entrada hospitalares, densidade populacional, malha rodoviária, além da presença de batalhões do Corpo de Bombeiros e a distância em relação a outras bases do SAAV.
Além das seis aeronaves em atividade no SAAV no estado, há previsão de duas novas bases – uma em Governador Valadares e outra em Juiz de Fora – com um helicóptero em cada uma.