Considerado um dos grandes nomes da música de Juiz de Fora, João Baptista Pereira, o Joãozinho da Percussão, morreu nessa sexta-feira (17), aos 84 anos. A causa do óbito não foi informada. O velório acontece neste sábado no Cemitério Municipal, e o sepultamento está marcado para às 15h30 no mesmo local.
“O talento e a dedicação à arte de Joãozinho deixam um legado inesquecível em nossa cidade”, avaliou a Funalfa, ao comunicar a morte do músico nas redes sociais. A última matéria publicada sobre o instrumentista pela Tribuna foi realizada pela repórter Cecília Itaborahy, há cerca de oito meses, com fotos de Felipe Couri.
Instrumentista ganhou filme em 2010 sobre sua história de vida e carreira (Foto: Felipe Couri)
Na época, problemas de saúde já haviam afastado Joãozinho dos instrumentos, embora ele não tivesse perdido o ritmo com o pandeiro, seu preferido. “A música é tudo, sem ela a gente não vive”, declarou ele, na ocasião, sobre o dom que desenvolveu ao ver seu tio tocar. “Eu sabia que tinha que ser músico. Não tinha como ser outra coisa, não”, decretou, ao comentar que precisou abandonar seu emprego em loja, onde fazia entrega de brinquedos, para poder viajar e tocar.
Produzido em 2010, o filme “O João do Ritmo” conta a história de vida e a carreira do instrumentista. O projeto foi viabilizado pelo Programa Cultural Murilo Mendes. Em 2019, os 80 anos do ritmista foram comemorados no Cine-Theatro Central. Foi o último show que fez.
A prefeita, Margarida Salomão (PT), também usou as redes sociais para prestar sua solidariedade a amigos, admiradores e familiares: “Joãozinho foi um dos maiores instrumentistas do país, integrando grandes grupos musicais, como o de Jorge Ben Jor. Joãozinho é um orgulho da cidade. De alegria e talento inspiradores.”
Ele tocou também ao lado de Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Chico Buarque, entre outros, além de ter participado da primeira formação da banda juiz-forana Lúdica Música.
Comoção
A morte de Joãozinho da Percussão foi lamentada pela classe artística e por admiradores de seu talento. Um de seus parceiros na música, Roger Resende, só agradeceu: “Obrigado, Rei! Ter te encontrado e ter podido fazer música com você foi um grande presente que a vida me deu! Continue espalhando sua luz!”
O jornalista Fabiano Moreira compartilhou, no Instagram, a lembrança de ter feito a matéria para o Caderno Dois da Tribuna de Minas quando Joãozinho completou 60 anos de carreira. “Ele ficou tão emocionado, agradeceu e disse: ‘Nunca fizeram nada assim pra mim.’”
O professor da UFJF e músico Luiz Cláudio Ribeiro, o Cacaudio, escreveu: “Nosso querido Joãozinho da Percussão, que sempre foi uma estrela a nos iluminar com sua música e seu sorriso, segue em sua luz.”
LEIA MAIS notícias sobre Cultura aqui